sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Se a janela era pequena, o sonho era grande...

Hoje abri minhas janelas,
Foi quando percebi que não era eu que encontrava o mundo, mas o mundo procurava por mim.
Assim como o reverso do espelho, tudo o que encontrei já morava aqui dentro.
E eu, sombra de mim mesma criava os paradoxos em dois mundos que se convertiam no mesmo ponto ou na mesma janela...

Janelas abertas extraem o mais belo e inspiram o bom.



 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Odalisca Andróid

Eu estou sempre aqui, olhando pela janela não vejo arranhões no céu nem discos voadores. Os céus estão explorados, mas vazios. Existe um biombo de ossos perto daqui.
Eu acho que estou meio sangrando. Eu já sei, não precisa me dizer. Eu sou um fragmento gótico. Eu sou um castelo projetado. Eu sou um slide no meio do deserto. Eu sempre quis ser isso mesmo. Uma adolescente nua, que nunca viu discos voadores, e que acaba capturada por um trovador de fala cinematográfica.
Eu sempre quis isso mesmo: armar hieróglifos com pedaços de tudo, restos de filmes, gestos de rua, gravações de rádio, fragmentos de TV. Mas os meus lábios são transmutação de alguma coisa planetária.
Quando eu beijo eu improviso mundos molhados. Aciono gametas guardados. Eu sou a transmutação de alguma coisa eletrônica. Uma notícia de Saturno esquecida, uma pulseira de temperaturas, um manequim mutilado, uma odalisca andróide que tinha uma grande dor, que improvisou, com restos de cinema e com seu amor, um disco voador.

Texto Disco Voador, de Fausto Fawcett e eternizado por Maria Bethânia.




quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Vale a pena contar...


Algumas pessoas são sortudas, outras nem tanto, algumas pessoas são amorosas ou ranzinzas, existem as racionais e também aquelas que estão sempre nas nuvens. As diversas características e qualidades em diferentes pesos ou medidas fazem com que o ser humano se transforme em uma pessoa única.

Na composição das minhas características, com certeza, eu coloquei uma concha bem grande de “atrapalhação”. Eu sou o tipo de pessoa que sai com a maçaneta da porta na mão, que tropeça, entra em carro errado e faz patetices. Alguns dizem que é por conta do meu signo (escorpião), outros porque sou tímida e até porque sou míope, mas a verdade é: Coisas estranhas e esquisitas acontecem comigo o tempo todo.

Algumas delas valem a pena contar, mesmo porque aconteceram comigo e pessoas conhecidas e famosas que até agora eu não sei, e nem elas, porque cruzaram a minha frente.



Outro dia em um Shopping Center...

Não estou bem certa, mas acho que era no Shopping Pátio Higienópolis. Estava indo em direção às escadas rolantes e, sem perceber, trombo com um moço que segurava um ingresso de cinema e nesse encontro ele deixa cair o papel. No ímpeto de ajudá-lo tento alcançar o tal papel que me escapa entre os dedos e, suas mãos já embaixo das minhas, também tentavam agarrá-lo, mas sem sucesso. Esse balé a quatro mãos continua até que por fim o pequeno papel cai pelo vão da escada e como uma leve pluma vai caindo por um, dois, três andares até que por fim encosta no chão. Nossas cabeças se levantam lentamente e como se tivéssemos ensaiado nossos olhos se cruzam ao mesmo tempo e nesse momento percebo que o moço se tratava de Tarcísio Filho, isso mesmo, o ator famoso e filho de Tarcísio Meira. Nesse instante, mais envergonhada do que antes, mas com aquele sorriso prestes a explodir em gargalhadas e ele sorrindo amarelo, demos com os ombros como se estivéssemos sincronizados. E para cortar aquele silencio constrangedor (ainda até hoje não entendo porque fiz isso) eu perguntei: - Quer ajuda? – Mais dois esquisitos segundos se passaram, para mim uma eternidade, e Tarcisinho, intrigado, move a cabeça fazendo sinal de não e ainda mudo, desceu correndo para tentar resgatar o bilhete. E eu continuei no meu caminho, mas dessa vez gargalhando sozinha...


Nos anos 90...

Caminhando com minha prima pelo calçadão da praia das Pitangueiras no Guarujá, vejo correndo em nossa direção um rapaz com o rosto conhecido, fixo meus olhos neles e percebo que, certamente, o conheço muito bem. O encaro para que me note e quando ele chega perto, ainda fixando os olhos nele, o cumprimento – Oi tudo bem? – O rapaz me olha e responde – Tudo e você?  

Depois que ele passa minha prima pergunta:

- Você o conhece?

- É claro! – repondo positivamente

- De onde? – ainda intrigada e surpresa

- Ah, ele é da minha turma de rally -

- Nossa! Não sabia que o Rubinho também fazia rally. – ainda surpresa

-Ai meu Deus, que vergonha! É o Rubinho Barrichello...



Existem vários outros momentos parecidos guardados em minha memória, aos pouquinhos vou resgatando. Espero que curtam ler tanto quanto eu curti escrever. Beijos.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

E na areia ...

Não existe coisa mais linda que o sorriso de um bebê. Os primeiros passinhos, os primeiros tombinhos, todas as descobertas e a persepção do sentido da vida. A cada descoberta, uma vitória. 
Hoje eu vivenciei a bela descoberta de um bebê lindo e fofo e seus primeiros passinhos na areia. Que graça! Me lembrei da primeira vez de meus filhos e me comovi. 
Teria sido maravilhoso se não fosse a cena bizarra do cenário que de formava bem a minha frente. 
Junto ao bebê estavam, papai e mamãe, titio, titia, padrinho, madrinha, avô, avó, primos, amigos, parentes, cachorro, galinha e papagaio. Cada um com sua câmera cavando um espaço com se fossem "paparazzis" atras de uma celebridade. Após cada descoberta, risada, ou expressão do pequeno célebre, ouvia-se um "uóóó" que parecia que vinha de várias caixinhas de som, preso ao pescoço de cada espectador  Inúmeros cliques, e o garotinho nem notava ou imaginava o grande "mico"que sua família "pagava." Mas pouco o importava, estava feliz, e se divertia muito, pois naquele momento toda sua atenção estava em suas grandes descobertas. Areia, mar, onda... Aos poucos a novidade para a família se tornava desinteressante e o pequeno bebê descansava à sombra, calmo e seguro ao lado de papai e mamãe, esses, realmente estasiados, e sua vida voltava ao normal.